terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobre algemas e prisões


Tantas pessoas encaram a escravidão como algo tão terrivel e degradante quando ouvem falar de Mestres e escravas, dizem que a mulher se desvaloriza ao agir assim e no entanto não percebem que vivemos num mundo de algemas e prisões.
Algumas algemas são apenas imaginarias, connstituidas de nossas inseguranças, medos e conceitos que fazemos de nós mesmos. Outras são mais reais como nossas obrigações diárias - nosso trabalho, nossa família, nossos compromissos diarios - todos nos prendem e criam ao nosso redor um tipo de prisão. Essa prisão cotidiana muitas vezes sufoca e oprime aquele que nela tem que viver, como uma cela solitária, onde apenas vemos as paredes cinzas, sem nunca ver a luz do sol e em muitos casos não temos escolha nem saida, fomos condenados a uma pena longa e ardua que rouba nossos sonhos e ilusões.
Falando de Mestres e escravas, no conceito de dominador e submissa, as algemas e a prisão são escolha e opção e não imposição. Uma escrava escolhe servir e serve por amor. Essa suposta prisão muitas vezes se torna uma libertação onde a escrava vivencia seus medos, suas inseguranças e pré conceitos, superando cada um com a ajuda e pulso firme de seu Dono, ela aprende a se doar e a pensar em primeiro lugar nos desejos do outro, seu Dono e Senhor e muitas vezes por esse caminho descobre um mundo novo onde encontra não castigo mas satisfação.
O Dono não é um mero carrasco que escolheu possuir alguem pelo simples desejo de maltratar ou diminuir um ser humano, Ele esta ali por opção, por um estilo de vida, onde ser o Dominante, aquele que manda e é obedecido, é seu papel principal. Ter em suas mãos uma criatura fragil, pronta a servi-lo, e adestra-la a seu gosto e atitudes é um desafio. O verdadeiro Mestre usa mais sua personalidade do que a força, usa mais a psicologia do que o chicote...Ele não quer ser temido pelos danos que pode causar mas respeitado pela posição que ocupa.
Não que a dor não esteja presente entre Mestre e escrava, mas essa é usada como fonte de prazer e não como fonte de coerção. afinal o pior castigo para uma escrava é saber que desapontou seu Mestre pois ela aprende logo cedo que o principal objetivo dela é agradar seu Senhor.
Pela submissão eu me libertei e aprendi a aceitar as algemas da vida das quais não posso me soltar...Hoje encaro as obrigações, que constroem ao meu redor minha prisão, de forma mais branda, com maior paciencia e realizo cada uma de minhas obrigações com dedicação. E muitas vezes quando a minha priisão começa a me sufocar é meu Mestre que vem em meu socorro tornando os dias mais leves e as noites repletas de sonhos outra vez.

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